Integrar a comunicação no plano de negócios

Está prestes a iniciar um novo projeto empresarial, sozinho ou com outras pessoas que partilham consigo o mesmo objetivo. A empresa com que sempre sonhou, o desafio que quis para o seu futuro. Da ideia e conceito inicial até ao plano, há inúmeras variáveis a ter em consideração, reuniões para analisar e debater as várias opções para a evolução do negócio, de análise dos potenciais custos envolvidos e de qual o investimento necessário, de estimar o break-even do investimento, das parcerias a estabelecer.

Todos estes aspetos são essenciais para que um projeto seja bem-sucedido, e uma gestão prudencial destas e de outras variáveis do projeto são uma preocupação que deve estar integrada em qualquer plano de negócios. Mas onde entra, nesta estrutura, a comunicação? Um erro comum é pensar que esta deve ser um aspeto acessório e integrado à posteriori, numa lógica de custos previstos de investimento, e não de parte essencial do plano de negócios.

Mas, uma vez que vivemos uma realidade digital em que a pesquisa e validação da informação que necessitamos diariamente é feita online, uma presença diminuta ou menos ativa tem um impacto claro no negócio e na sua evolução. Os exemplos são inúmeros e passam, entre outros, pela criação de sites estáticos e não atualizados ou que não estão preparados para a mobilidade, o que reduz drasticamente a sua visibilidade e é penalizado nos processos de pesquisa efetuados, a inexistência de um site bilingue, a inexistência de um processo estruturado de resposta a inquéritos presentes no site, a desconexão entre a informação residente neste e a que é divulgada nas redes sociais. Estes e outros erros podem, em conjunto ou isoladamente, constituir um fator determinante para o fracasso ou sucesso mediano dos projetos.

Evitá-lo é mais simples do que parece numa primeira análise e passa pela obrigatoriedade de integrar a comunicação no plano de negócios, como uma das variáveis a ter em consideração. É fundamental pensar que tipo de informação queremos disponibilizar, onde e como. Se estiver num mercado B2B, a comunicação e os processos relacionais são a norma, o que implica desenvolver processos de comunicação personalizados para clientes e prospects. Se estiver num mercado B2C, a prioridade é dada a uma comunicação mais massificada, e as campanhas, digitais e offline, são um canal privilegiado.

Os aspetos transversais a estas duas abordagens passam pela necessidade de trabalhar de perto com os media para dar a conhecer os produtos ou serviços editorialmente ou recorrendo a opções mais recentes como o branded ou sponsored contentwebinars, conferências e parcerias, e o desenvolvimento de conteúdos aliciantes para as plataformas próprias e para estes novos modelos referidos anteriormente. A expressão muito em voga é content is king, porque o que, realmente, diferencia e destaca a mensagem que se propõe apresentar das restantes é a qualidade dos conteúdos que a sua empresa produzir e, ao mesmo tempo, a preocupação que revelar com o seu interlocutor, com que ele procura e com o que ele pretende.

Os consumidores sofisticaram-se, as opções são inúmeras e é essencial pensar no conceito de omnicanal na sua comunicação. Este conceito significa, simplesmente, que deve desenvolver os seus conteúdos pensados para os diferentes canais que tem à sua disposição, das redes sociais ao site, às newsletters e à comunicação que faz para e com os órgãos de comunicação social.

Publicado, inicialmente, em I9 Magazine. Artigo de Opinião de Rodolfo Oliveira, Managing Partner da BloomCast Consulting.