Potenciar a nova realidade implica ter um conhecimento aprofundado da operação da empresa e das inovações tecnológicas em curso, percebendo onde estas podem intervir na primeira, transformando-a de forma irreversível. E implica conhecer profundamente e acompanhar o ciclo de decisão de compra dos consumidores, marcando presença nas diferentes fases do processo de decisão, a conhecida Consumer Decision Journey.

E as palavras-chave para conhecer esta nova realidade são mobilidade, Cloud, SEO (Search Engine Optimization), SEM (Search Engine Marketing), Internet das Coisas (e o potencial nas áreas da Saúde até ao Manufacturing, gestão integrada de conteúdos, PPC (Pay Per Click), Responsive Design, User Experience, Big Data e Analítica, entre muitas outras. As empresas que pretendam abraçar estas oportunidades necessitam de mudar de uma estratégia reativa, em que respondem a solicitações, para outra inteiramente diferente, em que é necessário conhecer o perfil dos consumidores e estar presente nos canais de comunicação em que estes estão – do site às redes sociais, aos serviços de compras online e outros. E não é uma realidade apenas para as organizações que vendem a consumidores finais, o espaço conhecido como B2B (“business to business”) encontra-se igualmente a sofrer uma profunda transformação digital.

É comummente aceite que esta transição é uma inevitabilidade que torna fundamental integrar a nova realidade digital no dia-a-dia das empresas. Mas qual é o real significado de digital e como podem as organizações potenciar as oportunidades que proporcionam? O que é indesmentível é que já nos encontramos numa era de transformação, em que todo e qualquer aspeto da nossa vida em sociedade é e será impactado de forma crescente pela digitalização. Ser digital implica a capacidade de expandir as áreas de atuação e de criação de valor de uma organização para além do que é o seu espaço tradicional e implica uma transformação na forma como se percecionam as relações entre empresas e entre estas e os clientes, eliminando barreiras geográficas e rapidamente transformando algumas empresas em concorrentes globais.

Este é o conceito de omnichannel, e este novo conceito é uma base da transformação que as empresas necessitam de fazer para manterem a sua relevância no mundo digital. Omnichannel significa uma continuidade da experiência do consumidor com uma determinada empresa em todos os momentos de contacto, seja na pesquisa que faz no site, em motores de busca quando procura um serviço ou produto, na navegação que faz no telemóvel e que corresponde à informação visual e conteúdos que já identificou, na pesquisa nas redes sociais e no contacto presencial ou telefónico. É um desafio, e é uma grande oportunidade porque, numa realidade digital, as barreiras físicas e a distância são minimizadas, se não mesmo eliminadas, dependendo do produto ou serviço que estamos a falar. Esta é uma alteração transversal associada a uma nova forma de estar, seja num ambiente de trabalho, seja num ambiente social.

Ser digital cria oportunidades mas pode também trazer desafios, e obriga assim a gestão a ter uma maior atenção a potenciais novos concorrentes ou mudanças de comportamento dos consumidores que alterem a sua cadeia de valor, como é o caso da compra de viagens, dos agregadores de serviços para comparação de preços, do potencial de fazer a contratação de serviços apenas quando necessário e não internalizá-los, como é o exemplo de empresas de sucesso recente como a Portuguesa TalkDesk. Ser digital pode, inclusivamente, tornar irrelevante uma determinada organização ou serviço e é fundamental compreender que o digital pode criar novos concorrentes, de áreas que não estão dentro do espaço tradicional de análise das organizações, como é um dos casos mais frequentemente citados, o da Uber no espaço dos serviços de táxis.

Para preparar a transformação digital do seu negócio, é fundamental que as organizações comecem por fazer uma avaliação detalhada das suas necessidades e do estado atual dos seus processos e da sua presença digital – que canais utiliza (por exemplo o site, e se este está otimizado para motores de pesquisa e para pesquisa em dispositivos móveis), que conteúdos tem e se estes estão adequados para os seus interlocutores, que serviços já dispõem de participação digital, qual o estado de prontidão digital da sua força de trabalho e a potencial utilização de plataformas de elearning para os capacitar, entre inúmeros outros exemplos da informação necessária para tomar uma decisão informada. Outra importante análise a  fazer prende-se com a integração do digital na empresa, onde podem existir dois cenários base – ou a opção da digitalização do modelo de negócio atual ou a opção de criar um novo modelo de negócio, inteiramente novo, que funcione em paralelo com o seu negócio de base. Um exemplo simples prende-se com a atual disrupção em curso na banca, com o surgimento de novos concorrentes exteriores ao setor – as empresas denominadas Fintech – que irão forçar as instituições a equacionar o seu modelo de funcionamento e a forma como reagem a esta nova realidade, ou internalizando-a, ou criando (ou adquirindo) uma entidade autónoma. O fator crítico comum a todos os setores de atividade é o tempo. Porque o tempo é agora e a mudança já está a acontecer.

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