Chave móvel digital: parte da revolução 4.0 nasceu no Estado

Suponha que quer, por exemplo (sem sair de casa) assinar um novo contrato de prestação de serviços com a sua operadora de telecomunicações. Poderá fazê-lo brevemente sem ter de imprimir o contrato, assiná-lo, digitalizá-lo e enviá-lo novamente à operadora. Bastará assinar digitalmente, utilizando a chave móvel digital.

Precisa apenas de um smartphone e de um PIN. Com a chave móvel digital (CMD), pode dizer adeus a grande parte de todos os seus usernames e passwords para aceder a vários serviços públicos online e, brevemente, aos portais digitais das maiores empresas que atuam em Portugal. A CMD não é mais do que uma espécie de cartão do cidadão único: uma autenticação uniforme que funciona como a sua identificação para todos os serviços que já aderiram a esta tecnologia.

A CMD foi o tema central da conferência ‘Chave Móvel Digital’ que se realizou esta terça-feira, dia 10 de julho, organizada pela agência para a modernização administrativa (AMA), em parceria com o Movimento pela Utilização Digital Ativa (MUDA), e onde foram reveladas as mais recentes novidades sobre a CMD. A secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, também esteve presente e abriu a sessão, realçando que o “dia de hoje marca o caminho que nós [o Governo] queríamos”.

A chave móvel digital: o seu cartão do cidadão 4.0

Para explicar esta tecnologia que já registou cerca de 160.000 adesões, temos que retroceder alguns anos. “A CMD é um projeto com três anos, mas demorou-se a atribuir-lhe casos de utilização”, revelou Graça Fonseca, numa clara alusão à característica de produtos digitais que ganham mais valor à medida que vão adquirindo mais utilizadores e/ou utilizações (network effects).

Talvez por isso o papel do MUDA, enquanto impulsionador da CMD na sociedade, ganhe relevância acrescida. O MUDA representa um conjunto de 32 parceiros, incluindo grandes empresas portuguesas que, no seu agregado, geram cerca de 50 mil milhões de euros em volume de negócios e tem como compromisso fomentar, em parceria com o Estado, a generalização da CMD na população portuguesa.

Muitas destas empresas vão aderir à chave digital, multiplicando não só as suas utilizações, mas também o seu número de utilizadores. O presidente do conselho diretivo da AMA, Pedro Silva Dias, explicou que “com a entrada da maioria das empresas pode dar-se mais casos de uso à CMD”, uma ideia também partilhada pela secretária adjunta e da modernização administrativa, para quem a possibilidade da chave digital “ir além dos poderes públicos é fundamental”.

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In. Jornal Económico