A Meios e Publicidade analisou o mercado da comunicação em 25 perguntas. Nós falamos sobre os ataques informáticos ao sites de media e de que forma podem gerir a sua reputação.
A situação inédita que o grupo Impresa atravessou veio demonstrar uma vez mais a importância de uma gestão adequada dos sistemas de informação, e como este é um tema critico para todas as organizações. Como em outras situações de gestão de crise, estamos sempre a olhar para o lado visível da situação, não tendo o total conhecimento da forma como o processo foi gerido para lhe responder, e que seria fundamental para uma completa análise do trabalho de gestão de crise feito. Do que conhecemos, a Impresa tomou as seguintes (e boas) decisões neste processo:
- Assumiu desde logo o que se estava a passar
- Informou clientes, parceiros, fornecedores
- Informou o mercado
- Manteve sempre o contacto regular e a comunicação foi feita e assinada por diversos speakers, desde jornalistas a diretores, e CEO
Foi ainda visível o espírito de união e a família Impresa veio ao de cima, todos juntos a trabalharem para garantir que a sua principal missão não era colocada em causa, com informação de qualidade e em liberdade. A frase “liberdade para informar”, permitiu ainda criar uma ligação emocional dos assinantes / leitores com a equipa da redação e colocou o foco da comunicação na importância e características únicas do serviço prestado pelos órgãos de comunicação social, tendo inclusivamente beneficiado de uma onda de solidariedade entre os restantes meios.
Algumas ideias-chave para evitar danos reputacionais:
Proatividade, transparência, segurança, decisão, atitude de liderança e comunicação assertiva e sempre que necessário à medida que a crise evolui, assegurando os interlocutores do controlo da situação.
Publicado, inicialmente, na Meios e Publicidade, na versão impressa. Testemunho de Rodolfo Oliveira, Managing Partner da BloomCast Consulting.
Pode ler a peça completa aqui.
Aqui, para ler outros artigos de Rodolfo Oliveira.
A consultora de comunicação, BloomCast Consulting, foi fundada em 2012, nasce com a missão de ser uma “ponte” entre os negócios e as estratégias de comunicação para os públicos-alvo das empresas. Desenvolve várias estratégias consoante os canais em questão, garantindo cinco valores chave: o foco no cliente, a transparência, a integridade, a excelência e a cidadania.
Em entrevista à PME Magazine, Rodolfo Oliveira, o Managing Partner da Bloomcast Consulting, analisa os últimos anos da empresa, evidenciando como é que a própria se adaptou à crise pandémica e de que modo é que a transformação digital foi crucial para o contínuo desempenho das atividades da Bloomcast e das PME e startups.
PME Magazine (PME Mag.) – Tome em consideração este último ano. Qual considera ter sido o maior desafio, em consequência da pandemia covid-19, que a Bloomcast teve que ultrapassar?
Rodolfo Oliveira (R. O.) – A pandemia foi um momento singular, porque as crises tipicamente têm impacto a um nível específico, e esta mudança teve impacto em todos os aspetos da vida das organizações e das sociedades, criando um momento único de disrupção. A prioridade foi, em primeiro lugar, criar uma comunicação que reforçasse a evidência de que a BloomCast estava disponível, operacional e a adaptar os seus modelos de trabalho e operacionais para responder aos desafios dos seus clientes, ajudando-os também a atravessar um momento desafiante. Neste sentido, o maior desafio passou por solidificar a comunicação omnicanal da empresa, aproveitando um desafio, a falta de proximidade física uns dos outros, e dos clientes para criar uma proximidade digital como nunca tinha sido forjada anteriormente (através de redes sociais, newsletters, e novas iniciativas de comunicação).
“A comunicação permite criar as pontes que ligam todos os interlocutores, numa lógica omnicanal.”
PME Magazine – Consequentemente, como é que a pandemia veio interferir no desenvolvimento/funcionamento e trabalho da empresa?
R. O. – No que toca ao funcionamento da BloomCast procurámos aplicar a mesma lógica com os nossos clientes. Assim, mantendo a proximidade com os mesmos, procurámos reforçar a comunicação de cada um, mostrando a parceiros que se encontravam a par dos novos desafios. Muitas vezes isto passou por estar atento à comunicação feita momento a momento por cada setor, e por uma avaliação estratégica daquilo que faria sentido cada cliente comunicar, nesse espaço. Tomámos também consciência do problema em curso no nosso ecossistema, e fomos pioneiros na oferta de assinaturas de um vasto leque de meios de comunicação social, dando um sinal ao mercado, mas também proporcionando aos nossos clientes mais informação para os ajudar a manterem-se informados num momento de transformação acelerada e em que os pressupostos do seu negócio podem mudar de um dia para o outro. Temos sempre a perspetiva de que os nossos clientes são também nossos parceiros e estamos numa busca permanente da melhoria do nosso serviço para assegurar a sua satisfação.
PME Magazine – Considera que a pandemia obrigou a aceleração para a transição digital das PME e startups?
R. O. – Claramente que, face à impossibilidade de manter uma ligação personalizada e próxima, a transição digital é o caminho para manter e reforçar a ligação entre todos os interlocutores das PME, como de qualquer empresa, independentemente da sua dimensão. No caso das startups, muitas já nascem da perceção deste espaço e momento únicos, em que a desmaterialização permite uma flexibilidade incomparavelmente superior, e em que uma empresa pode competir facilmente em qualquer mercado, especialmente no setor dos serviços. O mercado é global, e as organizações, sejam grandes, PME ou startups, podem claramente beneficiar desta oportunidade para acelerar o seu crescimento.
PME Magazine – Como é que as PME e startups tiveram que se reinventar? Qual a importância de acompanhar o processo de transformação digital e a pandemia?
R. O. – Em primeiro lugar, os processos de negócio tiveram todos de passar para um modelo virtual e não presencial. Isso tem implicações profundas, seja ao nível do funcionamento interno, seja dos processos com clientes e fornecedores. A presença digital ganhou uma relevância maior do que no passado e, de forma transversal, registou-se um forte crescimento do comércio eletrónico. A pandemia implicou que tudo o que era anteriormente feito de forma presencial passou a um formato desmaterializado. Do lado da comunicação, esta mudança teve como resultado, para quem não estava ainda com processos de digitalização mais sofisticados em curso, o rápido estabelecimento de uma presença digital relevante, criando canais de comunicação adequados e processos de acompanhamento dos clientes ao longo da sua jornada de interação com a empresa. Os canais de entrada/acesso dos clientes às empresas multiplicaram-se, e a comunicação passou a ser omnicanal por definição, sendo essencial assegurar por um lado a integridade e coerência da comunicação efetuadas nos diferentes canais e, por outro, a continuidade da mesma.
PME Magazine – De que modo a utilização de ferramentas digitais potencializaram o investimento?
R. O. – As ferramentas e tecnologias digitais constituem a base para o crescimento das organizações, desde a simples renovação do conceito das funcionalidades esperadas dos sites à utilização das redes sociais para estabelecer canais de comunicação com todos os interlocutores. Também as redes sociais viram o seu papel reforçado como espaço de interação e comunicação, assim como tecnologias mais recentes, como os podcasts e os webinars. Do lado das tecnologias que tornam possível esta transformação digital, temos desde o cloud computing à inteligência de negócio e à inteligência artificial, ou a realidade aumentada, as quais permitem criar vantagens competitivas, gerar novos modelos de negócio e tornar o mundo cada vez mais próximo.
“A transição digital é o caminho para manter e reforçar a ligação entre todos os interlocutores das PME, como de qualquer empresa, independentemente da sua dimensão.”
(…)
Entrevista dada por Rodolfo Oliveira, Managing Partner da BloomCast Consulting à PME Magazine.
Pode ler toda a entrevista aqui.
E aqui, para outros artigos de Rodolfo Oliveira.
No contexto em que vivemos, ACONCHEGAR tornou-se a palavra de ordem.
Se por um lado, não nos é permitido o toque do abraço que nos aproxima, por outro somos impelidos a apoiar quem necessita, da forma que conseguirmos e que nos for possível.
É em alturas de maior privação que pequenos gestos se tornam tão importantes e transmitem o apoio e, neste caso, o conforto aos que mais necessitam. A pandemia da COVID-19 veio expor fragilidades, como a falta de camas nos hospitais e nas estruturas de retaguarda e é, neste contexto, que surgiu a Iniciativa Aconchegar.
Com o objetivo de ajudar a equipar Estruturas de Apoio de Retaguarda (EAR) e hospitais, através da aquisição e doação de equipamentos necessários ao reforço da capacidade de internamento destas estruturas, nomeadamente com a aquisição de camas articuladas manuais e elétricas, guardas metálicas e colchões anti-escaras. São mais do que materiais, são, por vezes o único aconchego de muitos internados que lhes confere um pouco mais de qualidade de vida, uma vez que atualmente nem visitas podem ser efetuadas.
Face a esta iniciativa, fazia todo o sentido a BloomCast Consulting associar-se e colaborar com a Aconchegar, um projeto liderado em parceria conjunta entre o capítulo português da International Association of Microsoft Channel Partners (IAMCP) – associação de parceiros Microsoft em Portugal e a Fundação São João de Deus. Rodolfo Oliveira, Managing partner da BloomCast, é um dos muitos embaixadores que têm levado a mensagem da Aconchegar mais longe.
Este gesto para além de uma doação é também a divulgação de uma causa que poderá ir mais longe, se todos contribuirmos para tal.
Pode consultar o site da Iniciativa aqui.
E quem quiser, pode também contribuir, através dos seguintes meios:
– IBAN: PT50 0035 0481 0000 4895 2300 5
– MBWay: 962 461 004
– MB – Pagamento de Serviços: Entidade 20952 / ref 000 300 000
Envie o comprovativo para aconchegar@fsjd.pt para poder ter o recibo do seu donativo.
A sua ajuda é fundamental!
A Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado (ACEMEL) entregou a sua comunicação à BloomCast Consulting. A cargo da agência ficará a assessoria mediática da associação, tendo como objectivo “reforçar a visibilidade e a notoriedade da ACEMEL enquanto player de referência no mercado de energia em Portugal”.
“A energia é, simultaneamente, um serviço essencial e um factor de competitividade económica, que atravessa um período de profunda transformação, e em cuja cadeia de valor os comercializadores têm um papel fulcral. É com satisfação que nos unimos à ACEMEL para a divulgação das suas actividades, e dos seus membros, no ecossistema”, afirma Rodolfo Oliveira, managing partner da BloomCast Consulting.
Fundada em 2018, a associação reúne 18 empresas do sector e pretende “contribuir para o desenvolvimento de um mercado de energia cada vez mais transparente, equitativo e próximo dos consumidores, em alinhamento com reguladores, instituições públicas ou players incumbentes”. Ao mesmo tempo, tem como objectivo “promover e divulgar matérias ligadas ao funcionamento do sistema energético nacional num contexto de desenvolvimento sustentável, realçando o papel essencial das comercializadoras que actuam no mercado liberalizado em Portugal”
Mais informações aqui .
In Meios e Publicidade.
Momentos de transformação são momentos de redefinição. As abordagens comprovadas passam a ter pouca relevância, como acontece com as sessões presenciais, e a digitalização está a transformar todos os setores de atividade. A tecnologia está neles todos e em todas as áreas das organizações, da interação social aos processos de e-commerce, da gestão operacional aos insights de negócio, dos serviços ao cliente aos sistemas de produção e distribuição. Neste sentido, as empresas mais avançadas na transformação digital, capazes de gerir de forma indistinta o digital e a sua presença física (as empresas biónicas, termo utilizado pelo Boston Consulting Group), irão seguramente ter maior protagonismo e crescimento no futuro. Um inquérito recente da McKinsey a decisores businesss2business em 11 países indica que as organizações têm uma probabilidade muito superior de escolher para seus fornecedores empresas que ofereçam uma experiência digital de excelência.
No centro deste processo de mudança, as empresas do setor tecnológico, dos fabricantes aos implementadores e ao canal de revenda, ganharam especial protagonismo e relevância. E com esta visibilidade ganharam igualmente responsabilidades acrescidas. É esperado que tenham a capacidade de, em conjunto com os clientes, identificar novos modelos de organização e gestão de equipas, novos caminhos para negócios atuais, soluções que permitam acompanhar de forma mais próxima os clientes e que otimizem e melhorem os processos existentes.
Walk the talk
Esse papel de liderança do setor significa também mostrar conhecimento e capacidade para ser um parceiro de referência das organizações em momentos de incerteza e redefinição. Em primeiro lugar, mostrando a capacidade de concretizar aquilo que advogam, sendo capazes de adaptar o seu funcionamento aos novos paradigmas de operação em modo remoto, à distância, com a prioridade na segurança e bem-estar das suas equipas e das comunidades em que se inserem. É preciso integrarem também a inovação e uma crescente flexibilidade na abordagem aos desafios apresentados.
“É preciso tirar partido dos canais digitais para chegar com a informação necessária e de forma personalizada aos clientes”
Em segundo lugar, criando conteúdos de qualidade, com novas e eficazes formas de chegar aos clientes, que permitam comunicar a visão estratégica para a tecnologia ao serviço do negócio e os use cases que permitam identificar as melhores soluções para cada desafio. A liderança também tem de estar aqui, na capacidade de tirar partido dos novos canais digitais para chegar com a informação necessária e de forma personalizada aos clientes que dela necessitam. Da comunicação tradicional às redes sociais, das ferramentas colaborativas aos formatos interativos, dos vídeos aos webinars e aos podcasts, também aqui há que inovar de forma coerente com aquilo que preconizam.
Em momentos de incerteza, o verdadeiro risco existirá para aqueles que não digam “presente” aos desafios dos seus clientes.
Publicado, inicialmente, na edição de Agosto da Exame. Artigo de Opinião de Rodolfo Oliveira, Managing Partner da BloomCast Consulting.
Porque os ciclos acabam e há sempre um novo dia, porque o empreendedorismo e a inovação ganham força renovada em momentos de transformação, e porque o sucesso de amanhã começa a ser construído hoje, antecipar e preparar a resposta às oportunidades que podem surgir quando ultrapassarmos a situação atual (o FMI antecipa uma recessão global de 4,9% em 2020) é essencial. E Portugal até já é um forte inovador, de acordo com o European Innovation Scoreboard, numa lista prestigiada que inclui Alemanha, Áustria e França, o que é um excelente indicador.
Vivemos uma nova realidade, em que tudo o que assumimos como imutável ou valor seguro deixa de ser verdade, o que cria uma natural insegurança a todos os agentes económicos, e é essencial perceber as mudanças em curso e como essa nova realidade está a afetar comportamentos. E quais são as tendências que já conseguimos identificar? A resposta encontra-se em alguns dados que são já conhecidos – os processos digitais aceleraram-se, o comércio eletrónico cresceu (veja-se a reformulação da iniciativa comércio digital), o teletrabalho expandiu-se de forma acelerada, as pessoas procuram mais informação para a tomada de decisões e são mais criteriosas nas decisões que tomam, sendo que também esperam mais das organizações do que apenas a criação da melhor oferta, com a sustentabilidade e o propósito a ganhar um maior protagonismo. Um recente estudo da Accenture (COVID-19 will permanently change consumer behavior) confirma estas tendências, com os seus resultados a indicarem que os consumidores procuram de forma crescente o comércio local, têm maiores preocupações com o consumo sustentável e, naturalmente, estão mais preocupadas com aspetos relacionados com a sua saúde.
Por outro lado, há também mudanças na forma como os consumidores acedem à informação e uma maior procura por fontes credíveis. Por exemplo, o Instagram está rapidamente a ganhar espaço ao Twitter como fonte de informação (2020 Reuters Institute Digital News), liderado pelas gerações mais jovens. Se os padrões de consumo e as expectativas dos clientes mudam, a experiência do cliente nas interações com as empresas tem de ser redefinida, uma vez que passa a um formato eminentemente digital e virtual.
Como resultado, a comunicação ganha um novo protagonismo para esclarecer e informar todo o ecossistema de stakeholders das organizações, mas é necessário reinventá-la e inovar arriscando novas abordagens, uma vez que muitos dos processos tradicionais de comunicação perderam eficácia pela mudança do lado dos clientes ou não são de todo possíveis pelas limitações impostas neste período. As marcas têm de adaptar e pensar como chegar aos seus clientes de forma eficiente, porque não comunicar, em época de crise, é claramente uma opção a evitar, porque irá gerar uma maior incerteza relativamente à empresa.
Digital primeiro
E uma vez que o período que atravessamos criou uma realidade digital em que a pesquisa e validação da informação que necessitamos diariamente é feita online, uma presença diminuta ou menos ativa tem um impacto claro no negócio e na sua evolução. De forma simplificada, porque o digital é uma realidade demasiado abrangente e abarca todas as dimensões da organização, há que assegurar uma coerência de mensagens e uma abrangência de canais que permita manter uma melhor experiência para os clientes, do website ao email marketing, das redes sociais ao contacto telefónico.
A prioridade é estar ao lado dos clientes e do restante ecossistema, mostrar empatia e proximidade, e isso implica repensar a forma como o negócio é gerido e perceber como potenciar as mudanças criadas pela transição digital. Implica também integrar a comunicação no plano de negócios, como uma das variáveis a ter em consideração, porque é fundamental pensar que tipo de informação queremos disponibilizar, onde e como. A palavra de ordem aqui é flexibilidade e avaliar quais as melhores opções em cada caso, fugindo de forma clara das soluções one-size-fits-all.
Seja um mercado B2B ou B2C, a expectativa é de uma crescente personalização e individualização, de criação de uma experiência autêntica, o que exige flexibilidade na adaptação da comunicação e uma maior rapidez na sua implementação. A tecnologia é a chave para criar essa personalização, e os conteúdos a base para a comunicação dessas experiências, criando experiências inovadoras e criativas com as tradicionais media relations, o branded ou sponsored content, as redes sociais, entre outros. O que irá diferenciar e destacar a mensagem das empresas face às restantes é a qualidade dos conteúdos e, ao mesmo tempo, a preocupação com o seu interlocutor e com as suas prioridades individuais.
Publicado, inicialmente, no Dinheiro Vivo, versão online. Artigo de Opinião de Rodolfo Oliveira, Managing Partner da BloomCast Consulting.
Entre a crise financeira de 2008 e a actual crise, causada pelo coronavírus, deu-se uma profunda transformação dos processos de comunicação e das tecnologias subjacentes. Em 2008, o email reinava (sendo que ainda tem um papel imprescindível), as páginas de Internet eram pouco dinâmicas e maioritariamente pesquisadas através do computador, o telefone de secretária ainda era um instrumento de trabalho essencial e os SMS a forma natural de comunicar em mobilidade. Muitas das redes sociais estavam ainda a despontar e a comunicação empresarial era feita maioritariamente por estes canais mais tradicionais e formais. Mas, embora ainda incipiente, a transformação digital e a mobilidade estavam a alargar-se a todos os domínios.
Senão vejamos: em 2001 nasceu a Wikipédia que revolucionou o acesso a informação credível sobre uma infinitude de temas, abrindo a porta para um mundo de conhecimento ao alcance de todos; em 2003 nasceu o Linkedin; em 2006 o Facebook passa a ser uma rede aberta a qualquer utilizador; em 2007 a experiência do telemóvel foi redefinida com o iPhone e a loja online da Apple aparece em meados de 2008 com o número, surpreendente à altura, de 500 aplicações, dando início à explosão das Apps. O iPad é lançado em 2010 como uma alternativa de computação fiável e utilizável em qualquer lugar de forma confortável e sem as limitações de dimensão e autonomia dos portáteis. O Uber e o Whatsapp surgem em 2009 e, do lado dos conteúdos, em 2006 o Ricky Gervais Show tornou-se um sucesso instantâneo também no formato podcast, tendo quebrado vários recordes de downloads.
De então para o momento actual, teve lugar um crescimento exponencial dos canais digitais, com o Facebook a ser a rede social de eleição, inicialmente para as gerações mais jovens. Mas também elas já o começaram a abandonar para se mudarem para o Instagram, e, mais recentemente, para a plataforma de vídeos TikTok. Por outro lado, a navegação na Internet passou também a ser feita, maioritariamente, em dispositivos móveis e as chamadas de voz passaram a ser, de forma crescente, feitas em aplicações como o WhatsApp.
O momento de profunda mudança que atravessamos agora terá também ele um impacto significativo ao nível das expectativas dos clientes e da adopção de novas tecnologias. Por um lado, forçou um reset, uma redefinição potencialmente mais saudável das expectativas, no qual os consumidores e cidadãos, fruto do sentimento de insegurança e incerteza que atravessamos, passaram a dar uma maior relevância a valores como credibilidade, confiança e reputação. Por outro, as marcas recuperaram o tema do propósito, mas agora redefinido e colocando colaboradores e sociedade à frente dos seus accionistas.
Esta mudança levou também ao acelerar da transformação digital e da adopção e utilização de ferramentas que permitam estar mais próximo do cliente num formato mais natural e próximo do que seria uma realidade presencial. O tema fundamental é proporcionar uma melhor experiência para todos, consumidores e clientes. A presença online tem o potencial de permitir muito mais do que apenas conhecer a marca. Possibilita também gerir a relação com os clientes e, ao mesmo tempo, criar uma relação mais interactiva e enriquecedora com cada um deles. Claramente, as organizações que forem capazes de executar nesta estratégia, a manter-se o período que se adivinha longo das novas regras de relacionamento e distanciamento social, serão as que sairão vencedoras.
Por sua vez, os modelos de interacção, potenciados por ferramentas de vídeo, mudaram a forma como conseguimos manter-nos em contacto, sendo actualmente algo banal quando, num passado recente, eram apenas possíveis com dispendiosos equipamentos de videoconferência. Também os processos de aprendizagem online actuais irão ser ultrapassados por modelos de muito maior complexidade e interacção, imersivos e em que seja possível recriar a experiência presencial e estimular a ligação entre os estudantes de forma muito mais dinâmica.
Mais importante é reter que esta transformação está ainda na sua infância, fruto da evolução tecnológica que está a potenciar novos cenários e modelos de interacção. A realidade virtual e aumentada irão transformar o nosso dia-a-dia, à medida que muitas destas tecnologias se tornam a norma nos telemóveis, e que as redes 5G se vão alargando, criando o que se adivinha um espaço infinito de largura de banda para aplicações que tirem partido destas tecnologias. A mobilidade tradicional com os telemóveis, os smart watches e o wearable tech irão criar novos modelos de experiência.
Ou seja, a tecnologia permite novas abordagens na comunicação e a comunicação irá ter impacto na forma como esta será utilizada. A criatividade na utilização destas novas tecnologias para criar melhores e mais enriquecedoras experiências irá, seguramente, surpreender-nos e, quando olharmos para a realidade anterior a esta crise em retrospectiva, o mundo terá mudado.
Publicado, inicialmente, em Executive Digest, versão online. Artigo de Opinião de Rodolfo Oliveira, Managing Partner da BloomCast Consulting.