Há 28 anos, quando a PHC Software começou a trabalhar na área do software tinha de “vender a ideia de que a tecnologia era uma novidade”. Em quase três décadas como software house muito mudou e Ricardo Parreira, fundador e CEO da empresa portuguesa reconhece que hoje o patamar é bastante diferente, o software de faturação é um requisito incontornável, a tecnologia abrange todas as áreas das organizações e não é possível gerir bem sem utilizar estas ferramentas.

Isso é naturalmente bom para quem está no sector, mas as mudanças também se fazem pela exigência que aumentou exponencialmente. E oportunidades? Muitas. “Estamos num ponto de viragem para uma nova geração destas ferramentas e isso deve-nos entusiasmar a todos”, refere em entrevista ao SAPO TEK.

Atualmente a empresa conta com mais de 30 mil clientes e 140 mil utilizadores, e mantém escritórios em Lisboa, Porto, Madrid, Lima, Luanda e Maputo, onde emprega 175 pessoas. A rede comercial estende-se também a mais de 400 parceiros, que também contribuem para uma faturação que ultrapassou os 10,4 milhões de euros em 2016.

Depois de um 2017 que considera “espetacular” Ricardo Parreira olha já para 2018 e acredita que este vai ser um ano marcante. Na calha está uma nova geração de ERP, que “dará liberdade à gestão das PME portuguesas e que lhes vai permitir ser excelente a gerir as diferentes áreas da empresa”.

SAPO TEK: O que mudou a nível do desenvolvimento de software de gestão e da utilização por parte das empresas portuguesas nos últimos 28 anos?

Ricardo Parreira: Existem duas grandes alterações ao nível do desenvolvimento e utilização do software de gestão. A primeira refere-se à consciência que existe sobre o papel da tecnologia na gestão das empresas. Quando começámos, tínhamos de vender a ideia de que a tecnologia era uma novidade. Hoje, estamos num patamar diferente. Primeiro porque o software, nalgumas áreas como a faturação, é um requisito incontornável e já não se trata de tentar convencer os gestores de que necessitam de tecnologia – já existe uma consciência que a tecnologia é, de uma forma ou de outra, necessária. Mas, também, porque a tecnologia abrange toda a atividade de uma empresa, não só a parte financeira, mas todas as operações, os recursos humanos, o recrutamento, a colaboração interna, entre todas as outras. Já não se trata de mostrar aos gestores que têm de investir em tecnologia, mas de consciencializar para a maior tendência no mundo da gestão: não é possível gerir bem sem utilizar a tecnologia, porque outros estão a aproveitar o potencial destas ferramentas e quem não o fizer ficará para trás. É darwiniano.

A segunda grande diferença é que no que toca ao desenvolvimento de software a exigência vai aumentando exponencialmente. Não apenas exigência de fazer melhor do que a concorrência, que é cada vez mais feroz, mas a exigência de desenvolver o software de gestão com o mindset de um gestor e não como mera peça tecnológica. Existem mais de mil soluções de software de gestão certificado em Portugal e todos prometem ser a melhor ferramenta. Como é que um gestor escolhe o melhor? Escolhe pelo conhecimento e experiência em gestão de quem o desenvolve. E essa é a segunda grande diferença: o desenvolvimento não é de software, mas de ferramentas de gestão. A tecnologia é apenas um meio para resolver um problema, que passou a ser parte da própria noção de gestão. É indissociável. Quem apenas vende tecnologia, percebe pouco de tecnologia.

Mais informações aqui.

In: Tek Sapo.

Related Posts

Leave Your Comment